Vivendo e aprendendo

Tenho pensado em escrever, depois passa-me rápido.
Quase tão rápido como as pessoas que me forcei muito, muito em gostar.
Comecei a escrever em diários quando era uma menina tão pequena, que mal sabia escrever.
A cena prolongou-se com os anos,
com a idade encontrei uma grande dificuldade em me relacionar com as pessoas,
então escrever era, sei lá...
a minha forma mais fácil de dizer aquilo que não tinha "tomates" na altura para o dizer.
Decidi torná-lo público, as pessoas começaram a ganhar um afeto por mim,
 e eu descobri que nem sempre,
precisava de ser uma cabra para chegar a termos de dizer aquilo que realmente sentia.
Descobri que era uma forma quase poética,
de me declarar a gente que ficou perdida na praia,
 e a amores que nunca passaram disso.
Amores, perdidos no tempo, em dias, em momentos,
imortalizados por aqueles que decidem transformar os sentimentos em arte.
A arte é uma merda subjetiva,
eu posso escrever um livro sobre as mil e uma formas que encontrei em destruir-me,
 e tu podes pintar uma mancha numa tela em branco.
Decidir quem é o melhor, cabe aos restantes, que de arte, pouco entendem.
Estamos os dois a tentar dizer o mesmo, por meios diferentes.
Artistas são todos aqueles que não se contentam em viver no mundo,
 pela forma mais regular das coisas.
São os "inconformados" , os tristes,
os sem futuro, os génios,
 os que abrem o mar em dois
 e gritam a pulmões cheios que no dia em que deixarmos de viver,
 deixamos o mundo vivo.
Mas o tempo,
esse que nos faz artistas,
e esse que nos tira a pica de ser diferentes,
consegue ser mais madrasta que um conto qualquer mal escrito de Cinderelas.
A vida passou, passou quase tão rápido como amores que em tempos jurei para sempre,
 ou discussões com a minha mãe que prometi nunca esquecer.
Tudo passou.
Passaram os amores antigos,
passou a vontade de partir o mundo em dois,
de publicar livros para impedir certa gente de morrer,
passaram dores e madrugadas que pareciam em tempos, serem tão parte de mim,
como os pés com que ando.
Ou as mãos com que agarro, ou o coração com que vomito e o estômago que não me deixa comer mais.
A vida passou de uma forma tão rápida, que a poderia transformar em poema.
Mas os poemas são para os eternamente apaixonados, e nada em mim é eterno.
Eu sou um fruto de resultados de uma vida que não escolhi,
mas porra, se me fiz e tornei em qualquer coisa que nunca cheguei realmente a controlar.
Não mudava caminhos, nem ruas, e se me encontrasse comigo mesma há uns anos atrás,
não contaria nada que aconteceu hoje em dia.
Deixa-a andar, cair, levantar-se.
Apaixona-te pelo futebolista estúpido,
engana-te ao achares que consegues mudar formas de pensar,
acredita em coisas pouco óbvias, ama quem não te ama.
Cai, raspa-te, destrói-te nas ruas e deixa-te comer na tua própria razão.
Na verdade, o monte de merda em que me enterrei,
foi onde coloquei os degraus precisos para vir ao de cima e finalmente respirar.
E sim, eventualmente a vida há-de te cheirar mal dia a dia..
mas olha para este resultado brutal de uma vida de alguém que raramente pensa.
No fim do caminho que parece nunca mais terminar,
há alguém que puxa mais luz para ti do que qualquer amanhecer ou encadeamento,
que a vida já te tenha enganado, ao pensares que foi luz.
Há um homem, no fim do caminho, de mão estendida para mim e de sorriso no rosto.
No meu caso, foi alguém que ao me abraçar pela primeira vez,
 pareceu ser a minha casa há mais tempo do que me lembro.
O abraço sem nenhuma pergunta, sem nenhum julgamento, o abraço de 
"Sê bem-vinda a casa, tu menina que tanto andaste desencontrada".
Tudo o que escrevi começou a fazer sentido,
 o tal reflexo que vi no tecto era o teu, e nunca de outro alguém,
 a mão que senti tanta vez a passar-me pelas costas, 
e achei estar louca, era provavelmente a tua.
Pelo menos quando a passas, o sentimento é muito parecido.
Houve alturas em que achei,
 que pessoas como eu raramente encontrariam paz junto a alguém,
 esquecendo-me que quando se viu tanto tempo escuro,
a luz vê-se muito mais rapidamente.
Foste farol e lua.
E hoje sei,
que mesmo que um dia a vida volte a apagar-me
 o que tanto andei para encontrar,
vai dar-me em outro lugar,
a vontade e força para me levantar da merda
 que foi, estar sozinha rodeada de tanta gente.
A vida passou, mas nada mudou.
Foi tudo para te encontrar.



Comentários

  1. Vi hoje pela primeira o teu instagram, fiquei logo apaixonado por o que vi nele e , consequentemente por Ti. . . não sei explicar-te o sentimento que criaste dentro de mim quando nem sequer te vi uma única vez na vida real...
    Tens uma beleza fora do normal e só por as fotos transmites uma energia extremamente positiva.
    Sabe também que és mais um motivo dos poucos que tenho para eu lutar que o dia de amanha será melhor do que hoje, se me permitires irei ver o teu instagram (não metas em privado xD) e o blog todos os dias à espera de novidades e acontecimentos :)
    Com todo o respeito ao teu namorado, fica a saber que algures no Porto, mais novo do que tu (só 2aninhos) tens alguém que faria de tudo para te fazer a mulher mais feliz do mundo, que adoraria fazer de ti a mulher da vida dele e a mãe dos seus filhos. . . irás ser mais uma pessoa que irá entrar certamente nos meus sonhos e que quando acordar dele, fará sentir-me que vale a pena estar vivo :)
    Só peço à vida que me deixe ver-te uma única vez a beleza natural que tens!
    Desejo-te do fundo do coração que comigo na tua vida ou sem mim , que sejas muito feliz e que te tudo como queiras!
    vá, beijinhos que já estou atrasado para ir apanhar o comboio xDDD

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